segunda-feira, 14 de abril de 2014

GOSTAS DE TI?



Hoje apetece-me rasgar as palavras.

Desnudar, esses preconceitos podres, e bacocos por muito tradicionalistas que sejam.

As tuas palavras, bem como os teus sentimentos e pensamentos cheiram a bolor.

Uma das perguntas que já deste por ti a fazer foi.

Gostas de ti?

Acho que pode estar aqui o cerne de uma questão que leva a descaracterização do indivíduo.

Vivemos embrenhados num tipo de sociedade extremamente egocêntrica.

Moldamo-nos a imagem dos outros, e dessa forma perdemos a nossa própria identidade.

Nunca o aspeto visual teve tanta relevância como hoje.

Mas pergunto eu:

Gostam de nós, pelo que somos?

Ou pelo que ostentamos?

Estas algemas da sociedade moderna, fazem-nos sentir umas verdadeiras marionetas aos olhos dos outros.

O mais grave, é que ao estarmos a adulterar a nossa essência estamos a mexer com o nosso caracter, e personalidade.

Criando dessa forma um elevado risco de revolta e até mesmo de frustração.

Gostas de ti,

Ou gostas que eles gostem de ti?

E se gostares de ti, será que eles vão gostar de ti?

E tu, irás gostar deles?

Um verdadeiro labirinto de atitude e personalidade.

Eu não gosto de mim, mas eles gostam de mim.

Mas eu tenho necessidade de gostar de mim.

Mas eles vão-me aceitar? Vão gostar de mim?

E eu, se gostar de mim, será que também vou gostar deles?

Sinto-me uma verdadeira amálgama, ao serviço de uma sociedade errante.

Mas afinal e eu?

Tenho de ser eles, e porque eles nunca podem ser eu?

Somos avaliados pelas marcas que usamos de roupa, calçado, perfume, telemóvel, carro, e até mesmo pelo local onde vivemos.
As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas.
Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.
Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são, os veículos viciados de comunicação.
Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.»

Tanta fachada, tanto aparato, tantos falsos profetas com falsos moralismos.

Mas quem São eles para me imporem as suas regras?

Mas quem são eles para me dizerem que a sua postura e conduta é que estão certas?

Mas quem são eles, para virem esmagar o que eu sou.

Chega de tanto etnocentrismo disfarçado de padrões de educação.

Chega de rótulos jacobinos e inócuos.

Tanta hipocrisia!

Apetece-me citar uma das muitas frases de Bob Marley:



"Eles riem de mim, por eu ser diferente:

Eu rio deles por serem todos iguais.»

 


Diogo Mar

8 comentários:

  1. Tens toda a razão no que escreves. São raras as pessoas que gostam de nós pelo que realmente somos, geralmente é dada muito mais importância ao que parecemos e ao que temos. Até na própria família.
    Já me preocupei com isso, hoje já não, a maior parte das pessoas não me ligam nenhuma porque não tenho onde cair morta, mas isso em vez de me deixar triste, deixa-me contente, porque não eliminadas do meu convívio o tipo de pessoas que não me interessam.
    Eu não rio de ninguém, apenas passo ao largo...:-) Mas entendo o que queres dizer.
    xx

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    1. Laura, gosto e admiro o seu olhar perspicaz sobre o que vou escrevendo.
      Vamos norteando a nossa vida por sermos sempre iguais a nós próprios!

      JINHO

      Páscoa Feliz

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  2. "Gostas de ti,
    Ou gostas que eles gostem de ti?
    E se gostares de ti, será que eles vão gostar de ti?
    E tu, irás gostar deles?"

    As pessoas não devem ter vergonha de mostrarem quem são. No final, toda a gente com quem convivemos vai-se lembrar de nós por aquela característica que era só nossa. Não devemos ligar minimamente ao que os outros dizem. Sermos nós é algo incrível.

    Adorei ler! Parabéns

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    1. Olá Bárbara, gosto de a ver por cá.
      Tudo deve-mos fazer, para nunca adulterar o nosso carater e personalidade!
      Chega de rótulos e de fachada, de uma sociedade egocentrista infeliz e podre!

      JINHO

      Páscoa Feliz

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  3. Boa noite

    Soberbo poste!
    Partilho da mesmo opinião.
    Não gosto de gente que se arma, ou se fazem mais que os outros.. infelizmente há muita gente
    assim...e quantos não vivem de aparencias?...

    ...Eu sou pobre e sem nada...mas tenho uma coisa comigo que me foi incutida, que é a honestidade e a humildade. Nunca dei o passo maior que a perna... Muito mais haveria para falar sobre este teu brilhante poste, mas fico-me por aqui. PARABÉNS.

    Beijinho e uma semana feliz

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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    1. Olá Amiga Cidália, quando imperam os verdadeiros valores, tudo se torna mais fácil!
      Mas atenção, isso vem de berço!

      JINHO

      Páscoa Feliz

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  4. Olá Diogo,

    Um excelente texto de insurgimento e desabafo.
    O coerente é gostarmos de nós, independente da opinião alheia. Se gostamos de nós e do que somos a tendência é estarmos em estado de perfeita satisfação com nós próprios. Viver em função dos outros e para os outros nos tirará a essência e também a possibilidade de sermos felizes. Infelizmente, a sociedade moderna dá valor às aparências, incitando a um consumismo exacerbado e à busca desenfreada pelo sucesso, violentando as pessoas em seu próprio ser. Quem tem maturidade espiritual não se deixa subjugar pelo julgamento alheio.

    Abraço.

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    1. Vera Lúcia, Não podia estar mais de acordo com o comentário que teceu!
      Obrigado!

      JINHO

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