quarta-feira, 26 de agosto de 2015

DESESPERO



Peguei no pincel dos dias, fiz riscos e sarrabiscos com palavras florescentes na tela invisível da vida, porosa e agreste.

Tentei sorrir!

O meu olhar, submerge À sentença do garrote da melancolia.

Deambulei ao encontro nem eu sei bem do quê!

O cinzentismo havia-me empedernido o meu viver, os ombros curvavam-se fazendo uma vénia ao desespero.

Os dias mortiços, não acordavam as cores!

Tentava erguer-me deste sonambulismo profundo, abria as mãos trémulas, para agarrar de forma sôfrega a alegria de viver, como se do primeiro brinquedo se tratasse.

Mas que luta tão desigual!

Ó peito esmagado e crivado de espinhos, levado pela correnteza das águas de um rio prenho de desejos adiados.

Perdi a identidade do calendário, os dias sucedem-se às noites definhando num labirinto existencial.

Vida floresce para mim!

Mostra-me as cores do teu sorriso!

Não me imponhas uma paleta de tons lúgubres de desespero.

Diz-me que vale apena!

 

DIOGO_MAR