Peguei no pincel dos dias, fiz riscos e sarrabiscos com palavras
florescentes na tela invisível da vida, porosa e agreste.
Tentei sorrir!
O meu olhar, submerge À sentença do garrote da melancolia.
Deambulei ao encontro nem eu sei bem do quê!
O cinzentismo havia-me empedernido o meu viver, os ombros
curvavam-se fazendo uma vénia ao desespero.
Os dias mortiços, não acordavam as cores!
Tentava erguer-me deste sonambulismo profundo, abria as mãos
trémulas, para agarrar de forma sôfrega a alegria de viver, como se do primeiro
brinquedo se tratasse.
Mas que luta tão desigual!
Ó peito esmagado e crivado de espinhos, levado pela correnteza
das águas de um rio prenho de desejos adiados.
Perdi a identidade do calendário, os dias sucedem-se às
noites definhando num labirinto existencial.
Vida floresce para mim!
Mostra-me as cores do teu sorriso!
Não me imponhas uma paleta de tons lúgubres de desespero.
Diz-me que vale apena!
DIOGO_MAR