quarta-feira, 25 de abril de 2018

44 CRAVOS DE ABRIL



Houve homens e mulheres do meu País, que sonharam dar outro futuro aos seus filhos.

Cansados de ditadura, mordaça e garrote as palavras e aos pensamentos, saíram para a rua, e imbuídos de um nobre espírito de raça e abnegação, fizeram do dia 25 de Abril de 1974, um marco incontornável na história deste nosso Portugal.

Batizaram-no, por revolução dos cravos.

Eram as contas que tinham de ser acertadas, com os cães raivosos e inquisitórios de longos anos de sofrimento, imposto covardemente a um povo indefeso.

Era um virar de página de um livro repleto de sonhos, até ali adiados, mas que estavam a um passo de ganharem corpo.

Nunca a palavra liberdade tinha tido tanto significado para um povo, jogado na sargeta do ultraje, pelos carrascos dos fascistas.

A ditadura, era implacável para com aqueles que ousavam erguer a sua voz.

Perseguidos, Presos, torturados e mortos, pela PIDE-DGS, a polícia do regime, era o preço a pagar por explicitar o descontentamento contra os vampiros, que agiam sob a capa do regime ditatorial.

Portugal era um País pobre, cinzento, amargurado, subdesenvolvido e sem futuro.

A guilhotina era feroz e cruel, haviam bufos infiltrados com o lápis azul por toda a parte, eram as fontes de informação do regime.

 

Cravos vermelhos sangue, em memória dos que sucumbiram.

Cravos vermelhos, de determinação e vitória.

Cravos vermelhos, que simbolizam o desabrochar de um novo País a florir de esperança.

Cravos vermelhos, a parir o brilho e o sorriso nos rostos sofridos e castigados até então.

 

Nasceu assim uma nova alvorada, para um povo faminto pela conquista da sua identidade.

Portugal, ergueu-se das cinzas, houve a necessidade de ter engenho e arte, para reconstruir um País próspero e com desafios difíceis para vencer.

Volvidos 44 anos, não podemos reduzir esta data a uma simples efeméride, devemos sim honrar todos aqueles que de forma direta e indireta, fizeram o 25 de Abril, desde os capitães de Abril, até aos que no anonimato deram o peito as balas e desafiaram a ditadura.

Eles hoje, são os nossos avós, os nossos Pais, que nos ofereceram a melhor e valiosa prenda que algum País pode ter. A liberdade de expressão e pensamento, herança que as gerações seguintes não têm sabido dar o devido e reconhecido valor a tal conquista.

Dói-me a alma ao constatar a falta de respeito de um País pelos monumentos vivos que tudo deram e fizeram, pelo nosso Portugal, e agora veem-se jogados ao esquecimento, com reformas miseráveis, a morrerem de abandono! Estes não são os ideais de Abril!
 

Passados 44 anos, constato ainda graves e injustas clivagens sociais, a par de uma perigosa corrupção que mina a democracia, e deixa o povo inseguro e desconfiado.

Não são estes os valores exaltados pelo 25 de Abril de 1974.

Lamento profundamente, que algumas pessoas, tivessem confundido democracia, com anarquia e oportunismo.

Urge a necessidade de enraizar nos mais jovens o verdadeiro significado do 25 de Abril, para que dessa forma deem o verdadeiro sentido aos valores que devem nortear um povo.

Elevem bem alto, a bandeira do caráter, ética, moral e altruísmo.

Jamais uma sociedade justa se constrói sem as elementares regras inalienáveis dos direitos, mas também dos deveres.

Temos vindo infelizmente a assistir ao proliferar de uma panóplia de sistemas éticos e morais, que tem contribuído para um afastamento da nossa civilização de uma tradição que precisa ser recuperada, sob pena de assistirmos a submersão de princípios, valores e instituições cruciais para que a dignidade da pessoa Humana seja resguardada e prevaleça.

Se o sistema moral está podre, isto acaba por contaminar todo o tecido social e da aso ao desencadear de um autêntico vale-tudo nos campos da política e da economia, e por efeito dominó infeta toda a sociedade.

A magia do 25 de Abril de 1974, remete-nos a uma introspeção, que nos enriquece, e nos faz ter e sentir mais pátria no peito.

 

VINTE CINCO DE ABRIL SEMPRE

 

DIOGO_MAR

 
 

sábado, 14 de abril de 2018

MENSAGENS-DO-MAR


 
Pais falidos de valores, deram lugar a filhos indisciplinados.

 

DIOGO_MAR

 

Neste modelo de sociedade de fachada assente em estereótipos, Os Pais, deviam-se preocupar mais em terem filhos felizes, em vez de lhes exigir para que sejam os melhores.

Antes filhos felizes e realizados, conscientes das adversidades da vida, que serem os melhores, a viverem num pedestal enganador, banhado por materialismo, alheios da realidade.

 

DIOGO_MAR

 

O colapso dos valores na sociedade, tem repercussões de contornos catastróficos.

Impera o culto da lei da selva.

 

DIOGO_MAR

 

O deprimente culto de viver uma vida de fachada, espelha a artificialidade de uma sociedade perdida em dias obscuros e pantanosos do faz de conta.

 

DIOGO_MAR

 

Não me procures na tua sombra, já que eu sempre farei parte do teu sol.

 

DIOGO_MAR

 

No dia em que fores igual a ti próprio e não o que querem que tu sejas, serás feliz.

 

DIOGO_MAR

 

Quem não está de bem consigo mesmo jamais conseguirá estar de bem com os outros.

 

DIOGO_MAR

 

Prefiro ser odiado por aquilo que sou, que ser amado por aquilo que não sou.

 

DIOGO_MAR

 

Sou um vagabundo, que traz no peito um mar de palavras, nada mais que isso.

Vou sarrabiscando a cartilha da vida, com sentimentos que as gotículas de sangue (Letras) dão corpo.

Não almejo agradar a todos, mas no que escrevo levita o olhar efervescente do DIOGO_MAR, paladino de causas nobres e altruístas.

 

Sou eu mesmo, naquilo que valho, naquilo que acredito...

Sou eu mesmo, naquilo que tenho, naquilo que quero ter...

Sou eu mesmo, total e inacabado...

Sou eu mesmo, lógico e imaginário...

Sim:

Esse, sou eu mesmo!

 

DIOGO_MAR

sábado, 7 de abril de 2018

DECADÊNCIA


 
A timidez das tuas palavras e atitudes, amordaçam à vontade vorás de imanares a tua essência.

Vegetas sob o jugo de uma sociedade formatada e inquisitória, que ignora a tua felicidade.

Não se compadece com o teu ego, tu és mais um.

Mais um, que deambula num labirinto, onde por muito que procure, não encontra o desidrato que tanto almeja, encontrar o fio condutor, que te restitua a alegria de seres tu mesmo.

A artificialidade dos novos tempos, agregada a um egocentrismo podre, torna os dias cinzentos, com o pairar de uma névoa, que te impede de seres e veres mais além reencontrando-te.

Soltas um grito de revolta no teu interior, já que se alguém o ouvisse, não o iria compreender, eras anormal, eras um desalinhado da sociedade, e dos padrões que ela te impõe.

Resignaste-te a jogar com os dados viciados, mas são os possíveis, mentindo e enganando-te, adulterando o que de melhor encerras.

Vives asfixiado por um clima de paz-armada, que te vai corroendo, até chegares ao teu limite de frustração pessoal, e com repercussões, no desempenho académico, profissional e familiar.

As relações interpessoais, revelam-se um fracasso, a frieza e o autoritarismo adotado, são uma carapaça de defesa na qual te escondes.

Desta forma obrigam-te a submergir o melhor de ti, dando lugar a um inconformismo conformado.

 

DIOGO_MAR

segunda-feira, 2 de abril de 2018

INQUIETUDE


 
Jogado as sortes, de uma indefinição impiedosa, onde calcorreio trilhos entapetados de interrogações.

Deambulo por escarpas dolentes de saudade que perco de vista num horizonte envolto numa cortina de bruma enigmática.

Sou um passageiro do tempo fugidio que luta desenfreadamente para agarrar a vida.

Os pés, pregam-se ao chão, negando a transportar o corpo faminto de vontades inadiáveis.

O coração fervilha de ânsia.

Revejo-me no pranto da chuva, mais ao vento vadio, mensageiro de notícias longínquas que não consigo decifrar.

Balbucio impropérios desconexos, heresias raivosas de inquietude e revolta.

Evoco momentos idos, memórias de um passado que gostava de transportar para o presente.

Sou assaltado por uma insatisfação, de tanto por fazer, contra uma vontade sagaz de crer fazer tudo.

Mas esse tudo é tanto, quando o tanto se reduz a nada.

 

DIOGO_MAR