A conjuntura económica da europa, arrastou-nos para um abismo,
que por contágio nos faz sentir na pele todo este efeito dominó, a que estamos
expostos.
É o custo de uma economia encadeada, assente em grandes
grupos económicos que manobram a seu belo prazer as velas de um navio, que
navega em águas turvas onde os interesses políticos e financeiros, andam de mão
dada, numa cúmplice aliança.
As convulsões sociais estão aí para durar.
O desemprego leva-nos ao caminho do desespero.
A autêntica sangria que temos assistido, com a debandada de
jovens promissores, levando o futuro do nosso País nas mãos.
O flagelo da fome é um dado cruel e adquirido, ao qual já
não podemos passar indiferentes.
O cinzentismo em que o velho continente mergulhou, está a
asfixiar famílias inteiras, e porque não dizer, dizimá-las.
Desmoronaram muitas das espectativas que acalentávamos.
Roubaram a nossa autoestima, hipotecaram a esperança do
amanhã.
Os sonhos agoniam num horizonte de frustração e desalento.
As estruturas familiares nunca estiveram tão fragilizadas
nos seus alicerces.
Filhos que passam fome, e que se veem privados de um ensino superior.
Prostituição consentida e camuflada.
Procura de alimento nos contentores do lixo.
Filas para a sopa dos pobres.
Escolas que servem refeições aos fins de semana e no período
de férias, para garantirem pelo menos uma refeição diária as crianças.
Mas que raios de europa solidária é esta?
Aqui está bem vincado, o elevado grau de hipocrisia, de todo
sistema politico e financeiro do velho continente, mergulhado na podridão de
charcos bolarentos.
Os valores materiais suplantam os éticos e morais.
O sonho de uma europa una e patriótica ruiu, dando lugar a
um continente de grandes clivagens sociais, onde a palavra de ordem é,
austeridade, mais austeridade vezes austeridade, sempre a custa dos mais
desprotegidos.
No meu País, dizimou-se a classe média!
No meu País, prolifera a fome!
No meu País, só alguns têm direito ao ensino superior!
No meu País, só alguns têm direito à saúde!
No meu País, só alguns têm direito a habitação!
No meu País, falta trabalho!
No meu País, a justiça tem dois pesos e duas medidas!
No meu País, há filhos e enteados!
No meu País, mal tratam os velhos!
No meu País, convidam-se os jovens a sair.
No meu País, só alguns têm direito a viver e a sorrir,
enquanto outros, vegetam e se afogam num mar de lágrimas rubras de desalento
sofrimento e dor.
A mentira e o cinismo institucionalizaram-se
Não teem pejo em tudo fazer para nos manietar e espezinhar
Amordaçam a nossa voz, e o grito de revolta.
Estrangularam a democracia, ignorando os seus princípios.
Deixaram-nos na sarjeta, moribundos de sede e fome de viver.
Os verdadeiros jogos de interesses, cilindram todos e quais queres
valores.
Cavou-se um fosso, onde imperam os ricos, transformados em
abutres,
Que vão engordando a custa dos cadáveres que vão ficando pelo
caminho.
Isto é insane.
Entramos numa verdadeira espiral politica do tem que ser.
Mas meus senhores!
Basta!
Adotem o que pode ser.
Há limites!
Os nossos já foram em muito ultrapassados!
Os interesses económicos tornaram-se implacáveis, e até
mesmo desumanos, com a conivência e galdi-o de uma classe política a transpirar
promiscuidade por todos os poros.
Já não há pudor nas decisões que tomam.
Afinal os campos de concentração que pensava terem sido
abolidos, estão de regresso.
Estão aí com a mesma força e crueldade que lhes conhecemos.
Não há câmaras de gás, mas há a morte lenta, de uma
carnificina chamada exclusão social, semeada pelas cidades, Vilas e Aldeias, do
meu Portugal, de rosto fechado e triste, num pranto convulsivo de amargura.
Tornaram-nos em lixo humano, acorrentados ao jugo económico-financeiro,
de um sistema politico falhado e falido, desprovido de qualquer sensatez.
Fazem de nós autênticas marionetas, aos olhos e nas mãos manchadas
e conspurcadas de miséria, que esses senhores orgulhosamente se pavoneiam
alarvemente, estiando o seu ego, no pedestal do capitalismo cego e voraz.
Morte a hipocrisia.
Morte aos abutres.
Adeus querida europa, sonhada e desejada!
Transporto no peito, um vulcão a expelir lava incandescente,
num grito de raiva por igualdade e liberdade, nesta Pátria que me pariu, que amo, chamada
Portugal!!!
DIOGO_MAR