Jogado na estrada do tempo
Esconjurado pela agrura do meu lamento.
Perdi-me, não sei de mim
Despojado do meu caminho
Escabeceio sem ver o fim.
Grito de silêncio lancinante
Imploro-te guarida nem que seja por um instante.
Becos de breu e abandono, onde só paira a tua silhueta
Consumido por delírios palustres, resigno-me a tal maleita.
Rogo a loucura do meu ego
Suspenso pela incógnita de um amor cego.
Inquietude de vontades amordaçadas
Desemboca num labirinto de loucuras arrebatadas.
Pedes-me o infinito e o além
Cavalgo no vento na terra estéril de ninguém.
Agora mergulhado na penumbra e decepado na minha essência
Apagou-se a luz da minha referência.
Oiço lá longe o gemido da tua voz
Tento acordar deste sonambulismo, que me esmaga de forma
implacável e feroz.
Prostrado na Lage crucificadora da solidão
Já só restam despojos órfãos do manuscrito da minha monção.
Retalhos de uma vida de engano
Calendário indigente onde não se conhecem dia, mês ou ano.
Marca indelével na invisibilidade do crer
Infindável noite sem amanhecer.
DIOGO_MAR