Aqui estou, no leito da saudade, mutilado pela dor da
ausência.
O meu sangue, submerge a minha alma de langor, no pranto da noite
castradora e infinita, vestida de um breu cruel e gélido.
A minha voz mortiça, sussurra a submissão de uma vida
madrasta.
Escrevo com a mão implacável do tempo, nas páginas sombrias e
agastadas do desencanto.
Crepitam sonhos órfãos de amargura, esboroados numa alquimia
reduzida a cinzas.
Resta-me um amor expropriado, que jaz num adiamento
perpétuo.
Sou decepado, na minha mais pura essência, jogado as mãos do
carrasco de mim próprio.
O meu corpo é varrido pelos ventos agrestes que ceifam a
minha identidade, Torturada pelo ascetismo impiedoso.
Que cortina é essa, que me ofusca a luz da vida,
sepultando-me na caverna da incerteza, de nunca me possuir.
DIOGO_MAR