sexta-feira, 25 de abril de 2014

PÁTRIA, OLHOS RASOS DE LÁGRIMAS DE SANGUE



A conjuntura económica da europa, arrastou-nos para um abismo, que por contágio nos faz sentir na pele todo este efeito dominó, a que estamos expostos.

É o custo de uma economia encadeada, assente em grandes grupos económicos que manobram a seu belo prazer as velas de um navio, que navega em águas turvas onde os interesses políticos e financeiros, andam de mão dada, numa cúmplice aliança.

As convulsões sociais estão aí para durar.

O desemprego leva-nos ao caminho do desespero.

A autêntica sangria que temos assistido, com a debandada de jovens promissores, levando o futuro do nosso País nas mãos.

O flagelo da fome é um dado cruel e adquirido, ao qual já não podemos passar indiferentes.

O cinzentismo em que o velho continente mergulhou, está a asfixiar famílias inteiras, e porque não dizer, dizimá-las.

Desmoronaram muitas das espectativas que acalentávamos.

Roubaram a nossa autoestima, hipotecaram a esperança do amanhã.

Os sonhos agoniam num horizonte de frustração e desalento.

As estruturas familiares nunca estiveram tão fragilizadas nos seus alicerces.

Filhos que passam fome, e que se veem privados de um ensino superior.

Prostituição consentida e camuflada.

Procura de alimento nos contentores do lixo.

Filas para a sopa dos pobres.

Escolas que servem refeições aos fins de semana e no período de férias, para garantirem pelo menos uma refeição diária as crianças.

Mas que raios de europa solidária é esta?

Aqui está bem vincado, o elevado grau de hipocrisia, de todo sistema politico e financeiro do velho continente, mergulhado na podridão de charcos bolarentos.

Os valores materiais suplantam os éticos e morais.

O sonho de uma europa una e patriótica ruiu, dando lugar a um continente de grandes clivagens sociais, onde a palavra de ordem é, austeridade, mais austeridade vezes austeridade, sempre a custa dos mais desprotegidos.

No meu País, dizimou-se a classe média!

No meu País, prolifera a fome!

No meu País, só alguns têm direito ao ensino superior!

No meu País, só alguns têm direito à saúde!

No meu País, só alguns têm direito a habitação!

No meu País, falta trabalho!

No meu País, a justiça tem dois pesos e duas medidas!

No meu País, há filhos e enteados!

No meu País, mal tratam os velhos!

No meu País, convidam-se os jovens a sair.

No meu País, só alguns têm direito a viver e a sorrir, enquanto outros, vegetam e se afogam num mar de lágrimas rubras de desalento sofrimento e dor.

A mentira e o cinismo institucionalizaram-se

Não teem pejo em tudo fazer para nos manietar e espezinhar

Amordaçam a nossa voz, e o grito de revolta.

Estrangularam a democracia, ignorando os seus princípios.

Deixaram-nos na sarjeta, moribundos de sede e fome de viver.

Os verdadeiros jogos de interesses, cilindram todos e quais queres valores.

Cavou-se um fosso, onde imperam os ricos, transformados em abutres,

Que vão engordando a custa dos cadáveres que vão ficando pelo caminho.

Isto é insane.

Entramos numa verdadeira espiral politica do tem que ser.

Mas meus senhores!

Basta!

Adotem o que pode ser.

Há limites!

Os nossos já foram em muito ultrapassados!

Os interesses económicos tornaram-se implacáveis, e até mesmo desumanos, com a conivência e galdi-o de uma classe política a transpirar promiscuidade por todos os poros.

Já não há pudor nas decisões que tomam.

Afinal os campos de concentração que pensava terem sido abolidos, estão de regresso.

Estão aí com a mesma força e crueldade que lhes conhecemos.

Não há câmaras de gás, mas há a morte lenta, de uma carnificina chamada exclusão social, semeada pelas cidades, Vilas e Aldeias, do meu Portugal, de rosto fechado e triste, num pranto convulsivo de amargura.

Tornaram-nos em lixo humano, acorrentados ao jugo económico-financeiro, de um sistema politico falhado e falido, desprovido de qualquer sensatez.

Fazem de nós autênticas marionetas, aos olhos e nas mãos manchadas e conspurcadas de miséria, que esses senhores orgulhosamente se pavoneiam alarvemente, estiando o seu ego, no pedestal do capitalismo cego e voraz.

Morte a hipocrisia.

Morte aos abutres.

Adeus querida europa, sonhada e desejada!

Transporto no peito, um vulcão a expelir lava incandescente, num grito de raiva por igualdade e liberdade, nesta  Pátria que me pariu, que amo, chamada Portugal!!!

 

 



DIOGO_MAR

8 comentários:

  1. Boa tarde Diogo!

    Excelente! Adorei ler.


    Beijinho. Bom fim de semana.


    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  2. Oi Diogo,
    Comecem a debelar os abutres, juntem-se para o país recomeçar. Tem que agir, pois nenhum país virá ajudá-los, pois há o interesse político.
    Será que Hitler ressuscitou?
    Avante, meus irmãos....não se deixem manipular.
    Beijos
    Lua Singular

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    1. Olá Dorli, temos de fazer das fraquezas forças, e ir à luta!

      JINHO

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  3. Olá Diogo!
    Que grande grito de alerta e de revolta por um país, o nosso que caiu no fundo!
    Concordo com tudo o que escreveste, apenas não saberia dizê-lo desta forma tão eloquentemente forte!
    xx

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    1. AMIGA Laura, Sei que são palavras duras e causticas, mas são o retrato fiel de uma realidade atroz!

      JINHO

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  4. Palavras fortes e contundentes ,que deveria se tornar um mantra e ser recitado até que se fosse absorvido nem que fosse por osmose.Estamos vivendo a deterioração de um planeta ,tal como a raça humana. Damos valores ao que menos importa,nos contentamos com migalhas e vivemos a espera de um salvador.Lutar,gritar,fazer valer nossos direitos da trabalho.O comodismo é o câncer da sociedade.Nos tornamos obesos conformistas a espera de um milagre.

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    1. Andreia, fico triste por ter que utilizar incisivas e causticas palavras.
      Mas é um grito de alerta!
      Por vezes mascaramos a realidade, mas essa não é de todo a minha praia.
      A sociedade tem de deixar de viver de fachada!
      Ir a luta, pegar os bois pelos cornos!

      JINHOS

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