Não, não me peças o que eu não te poço dar.
Não, não me exijas o que não tenho para te oferecer.
Não, não me digas o que os meus ouvidos não ouvem.
Não, não me mostres o que os meus olhos não veem.
Não, não me faças sentir o que não sinto.
Eu sou o longe e a miragem, o vazio cheio de nada, um rio
esmagado pelas suas margens.
Caminho pelo acaso de mão dada com a lonjura, arrebatado por
sonhos inatingíveis.
Peito dilacerado por cicatrizes que o tempo não apagou.
Afago os dias, emoldurados na paleta de cores esbatidas pela
penumbra de uma aurora que tarda.
Jogo castigador, num abraço desabraçado vindo das entranhas
do impenetrável.
Grito em silêncio num apelo às minhas ténues e mortiças
forças.
Hoje venero a aceitação a que me resigno.
Se tu me ouvisses!
Se tu voltasses!
Se tu recriasses o hino da alegria, da espontaneidade e
verdade que juntos ecoamos.
Lembras-te?
Mas tal como a água que nunca passa duas vezes sob a mesma
ponte, também o nosso capítulo secreto teve o seu epílogo.
Agora as palavras estão moribundas tornaram-se efémeras.
Não ouso blasfemar pela tua ausência.
Até sempre!!!
DIOGO_MAR
Bom dia Diogo!
ResponderEliminarPassando para conhecer o teu espaço poético. Fiquei!...
AbraçO