Deambula na sombra dos dias, a platónica vontade de te
possuir.
Mas perco-me na coragem caduca de um amor adiado.
Caiem-me nas mãos pingos de chuva, em forma de lágrimas
sofridas.
Deixo-me embalar, nos braços do vento agreste e sinistro, no
regaço da amargura.
É à janela sobranceira ao teu coração, que escrevo linhas
retorcidas pela dor lancinante, do teu amor fugidio.
Ó bucólica paisagem, entre dunas e canaviais, onde jaz os
nossos mais eloquentes momentos de paixão.
Lembras-te?
Há! Saudade, cravada no peito, que envenenas o meu coração, deixando
um trago amargo e doce, de momentos idos!
Percorro veredas e atalhos, escarpados na minha memória,
onde bordo o rendilhado da ausência.
Sou um alfarrabista, que encerra pedaços de uma história onde
fui interveniente.
Agora já só resta uma mão cheia de nada, tudo se resume, a um
capítulo esculpido pelo cinzel do tempo, na pedra bruta, enrugada pela erosão
dos anos, que te amei.
São despojos cadavéricos, do restolho de mim, petrificado
por um sol frio.
O moinho do nosso amor já não canta
Já não transforma o grão do verbo amar, na farinha do
prazer.
Sobra terra queimada, na correnteza dos dias, onde jorram
cinzas de saudade!
Diogo_Mar
Belo texto! Ador ei ler
ResponderEliminarBeijos, e uma excelente semana.
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Ah, a saudade.
ResponderEliminarSempre nas margens até o momento que nos inunda.
LINDO ! AMEI !!!
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