As minhas palavras cheiram a terra queimada pelo desespero.
O que escrevo é levado pela impetuosidade do vento sinistro
a polvilhar de cinzas este mundo inóspito, onde já só germina a semente da
descrença.
Fica-me a boca encortiçada, pelo trago amargo da exclusão
social.
O meu corpo moribundo, arrasta-se feito restolho,
entapetando o chão da esperança adiada, sem tempo nem idade.
Aqui estou jogado, na sargeta do ultraje, de uma terra que
me pariu, deixando-me entregue as sortes de um futuro asfixiado e órfão.
O presente, foi esquartejado, perfilhando a incógnita, Projetando-me
para os braços da puta da vida nua e crua, exibindo o resplandecente da luxúria
madrasta.
Entraram em putrefação os sonhos, que não passam de um falso
alimento para a alma, num cálice a transbordar de ilusões ébrias.
O néctar dos dias, fermenta o ódio e a intolerância, violando
os mais elementares princípios que regem a dignidade humana.
Sobra o gáudio resplandecente e inusitado, do materialismo
exacerbado.
Os dias, vestiram-se de breu, aterrorizados pela silhueta da
amargura e indefinição.
Por fim, resta a esperança, que não passa de ser um
empréstimo contraído a felicidade.
Quando a vamos saldar?
DIOGO_MAR
Olá Diogo!
ResponderEliminarO momento de expor o avesso é intenso e angustiante.
Faltou apenas, você mostrar em letras graúdas!
Forte abraço e bom fim de semana!
VitorNani & Hang Gliding Paradise
Às vezes o avesso dos dias... é que repõe a ordem, do que cá por dentro, se encontra do avesso... para rever prioridades...
ResponderEliminarUma bela exposição dessa travessia no deserto... por que todos passamos, ocasionalmente...
Abraço!
Ana