É no crepúsculo das palavras, que mascaro a realidade, deste
timoneiro solitário, sem norte nem guarida, ao leme de sonhos mumificados nos
anais da minha vivência.
Dedilho os dias, de forma sôfrega, expelindo uma ânsia sem
limite.
Quero-me!
Sou um barco fundeado, num mar de águas cálidas, de desejos
náufragos.
O porto de abrigo é uma miragem inatingível, submergindo os
despojos, de uma vida tatuada pelo desespero.
Balbucio vontades moribundas, em acordes da melodia perene,
de não saber de mim.
Fico reduzido, aos arpejos do troar das vozes fantasmagóricas
dos deuses, no crepitar do fogo-de-santelmo.
Ó vontade cadavérica, petrificada sob um céu tricotado de
interrogações, que me esmaga o peito, tornando o num fóssil de saudade, deste corpo
que não comando.
Desejo-me!
DIOGO_MAR
Para tocar o coração das pessoas é preciso escrever com muito amor e carinho!
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