quinta-feira, 10 de março de 2016

ERRANTES



Perdidos nas maquiavélicas e frondosas avenidas do egoísmo.

Ignoramos em absoluto as humildes praças do altruísmo.

 

Alinhavamos os dias suspensos pelo preconceito.

Debruamos com linhas podres de gáudio a bainha do nosso peito.

 

Vagueamos moribundos pelas vielas clandestinas da desumanidade.

Submergimos nos becos lamacentos da cidade.

 

Veneramos à hipocrisia.

Garroteamos o nosso ego, assassinamos a nossa alegria.

 

Jazem os valores da humanidade.

Somos prisioneiros da nossa enfermidade!

 

Profetas das trevas que deambulam pelas escarpas do desespero.

Sobra-nos a sargeta, leito onde fossiliza o nosso desencanto cadavérico e austero.

 

Silhueta de uma assombração, que paira por sobre a nossa vivência

Nós aqui esmagados, perdemos a identidade da nossa essência!

 

DIOGO_MAR

3 comentários:

  1. Gosto de te ler e tenho pena do tempo que me falta...
    Andei por aqui; deixo-te uma apreciação global.
    Deambulas pelas palavras exatas para externalizar o desencanto que o eu poético (que pode ser também o teu eu pessoal) sente perante este mundo que, apesar de tanta conexão, caminha só...
    Partilho deste sentir mas já escrevi mais sobre este estado do que agora. Cheguei a sentir-me algo deprimida. Tento concentrar-me nos aspetos positivos...
    BJO, Diogo

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  2. Adorei o poema, Diogo!
    Praticamente uma confissão... da forma como sentimos o mundo... ainda que nem sempre o verbalizemos...
    E como errantes que somos... erremos cada vez melhor... até acertar um pouco mais... este nosso mundo... e o dos outros...
    Abraço! Tudo de bom!
    Ana

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  3. Poema sentido e forte.Não desistas de seja lá o que for.
    Desejo que esteja bem e recebe um abraço apertado dessa tua amiga do lado de cá.

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