Passamos uma vida inteira, com ela a passar-nos ao lado.
O que hoje é algo de inovador, amanhã já se tornou rotineiro, tudo é tão fugaz, como se de uma pastilha elástica se tratasse, masca-se enquanto é doce, para de seguida lançar fora.
Olhamos para o nosso semelhante, com uma enorme carga de desdém, descartando as nossas responsabilidades.
Alimentamos o egoísmo egocêntrico e feroz, por mais, e ainda mais.
Vangloriámo-nos alarvemente, da vida materialista que nos embriaga.
Aceitamos jogar com dados viciados, representamos no palco da vida, um papel no qual não nos revemos.
Vestimos o nosso cotidiano, com um fato de gala, de frustração preconceito, e intolerância.
Se não gostamos de nós, quem vai gostar?
É um verdadeiro labirinto existencial, que desemboca numa crise de identidade, onde só se conhece uma lei.
O o salve-se quem puder.
Como um rio, algemado pelas suas margens, também nós vivemos confinados a um caminho, com uma só direção, o abismo.
Fazemo-nos falsos demagogos, apregoando princípios avulsos que camuflamos, numa carapaça envolta num elevado grau de hipocrisia.
Um autêntico baile de máscaras fora de época.
Quem são os convidados?
São todos aqueles, desprovidos de carater e personalidade.
Ou que de forma leviana, a prostituem.
Cometemos o pecado mortal, da nossa vivência.
Confundimos liberdade com libertinagem, ou porque não dizer anarquia.
Dessa forma, adulteramos todos os mais elementares conceitos de sociedade.
Os valores morais e éticos, estão cadavéricos.
De forma livresca, isentamo-nos de culpas, com o dedo em riste, apontamos os erros levianamente aos outros, que sarcasticamente rotulamos com as imperfeições que não temos dignidade de assumir.
Pavoneamos a fachada que ostentamos engalanada de ambição exacerbada e sem limites.
Assim vamos calcorreando um trilho pantanoso, onde nem a flor de lotos germina.
Pobre homem, vegetas à esquina de uma vida asfixiada pelo garrote do narcisismo podre!
DIOGO_MAR