Ó peito meu a expelir raiva incandescente pela tortura humilhante
que nos impuseram!
ATÉ QUANDO?
Semeia-se a exclusão social, exalta-se o xenofobismo.
ATÉ QUANDO?
Os mais elementares valores agora adulterados, servem-se na
bandeja do materialismo cego e voraz, indissociável da bandeira da hipocrisia.
ATÉ QUANDO?
Subjugaram-nos a corrente de pensamentos e práticas
pré-cozinhadas, que nos são massivamente injetadas de forma abusiva, mergulhando-nos
impiedosamente no pântano lamacento da destruição da nossa autoestima.
ATÉ QUANDO?
As palavras são inquinadas premeditadamente, por uma
retórica imbecil.
ATÉ QUANDO?
À mentira, conferiram-lhe estatuto de verdade, enquanto a
verdade, submerge num oceano dúbio.
ATÉ QUANDO?
A loucura camuflou-se de lucidez, enquanto a lucidez, está
moribunda na sargeta da promiscuidade.
ATÉ QUANDO?
Tornaram-nos robotizados e manietados a jogos de interesses onde
ocupamos o lugar de meros objetos decorativos, reduziram-nos a um insignificante
número.
ATÉ QUANDO?
O mundo cada vez mais insensível, se transforma num lugar
perigoso para se viver.
ATÉ QUANDO?
Goraram-se todas as nossas espectativas, de uma aldeia
global una solidária, onde imperasse o altruísmo.
ATÉ QUANDO?
Agora sobra-nos uma profunda crise de identidade, cultural e
pessoal.
ATÉ QUANDO?
Calcorreamos caminhos inóspitos sem norte, como vultos a escabecear,
perdendo-se na bruma de falsas espectativas.
ATÉ QUANDO?
Mas que raios de testemunho vamos nós passar aos nossos
filhos e netos?
Ó desgraçada herança da qual nos devemos envergonhar.
Desliguem-se as luzes, rasgue-se o guião, aniquilem-se os
atores e destrua-se o senário.
É imperioso que a união da fraqueza dos fracos, se
sobreponha a força bruta e animalesca dos fortes.
SEMPRE SEMPRE!!!
DIOGO_MAR
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