sábado, 3 de fevereiro de 2018

CRÓNICA DO DESESPERO


 
É no crepúsculo das palavras, que mascaro a realidade, deste timoneiro solitário, sem norte nem guarida, ao leme de sonhos mumificados nos anais da minha vivência.

Dedilho os dias, de forma sôfrega, expelindo uma ânsia sem limite.

Quero-me!

Sou um barco fundeado, num mar de águas cálidas, de desejos náufragos.

O porto de abrigo é uma miragem inatingível, submergindo os despojos, de uma vida tatuada pelo desespero.

Balbucio vontades moribundas, em acordes da melodia perene, de não saber de mim.

Fico reduzido, aos arpejos do troar das vozes fantasmagóricas dos deuses, no crepitar do fogo-de-santelmo.

Ó vontade cadavérica, petrificada sob um céu tricotado de interrogações, que me esmaga o peito, tornando o num fóssil de saudade, deste corpo que não comando.

Desejo-me!

 

 

DIOGO_MAR

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