domingo, 22 de março de 2015

A DECOMPOSIÇÃO DOS TEMPOS



Estamos coagidos pela leviandade do garrote da letargia, que acorrenta a nossa dignidade e nos asfixia.

Alugamo-nos, vendemo-nos, prostituímo-nos.

Entramos em decomposição, vergados ao jugo avaro e subversivo do materialismo.

Perdemos e vendemos a nossa identidade, tornando-a impercetível, enclausurando-a numa objetividade subjetiva.

A artificialidade, de carater e personalidade, mergulha-nos num marasmo hipócrita, de definições indefinidas, corrompidas de forma avulsa, na fonte da humilhação.

Uma travessia inquinada a diluir-se, em falsos moralismos, medos e preconceitos, a definhar numa racionalidade superficial e bolorenta.

A dignidade, agoniza num brinde imolado, em páginas lúgubres.

Urge a necessidade, de um núcleo de lucidez, ávido pela exaltação da liberdade emancipadora, preconizada por uma fruição assente no mais puro altruísmo.

A chave para a vitória, reside na derrota da ignorância.

 

DIOGO_MAR

7 comentários:

  1. Colocamos a nossa dignidade em causa por coisas que não nos acrescentam. Permitimo-nos perder a identidade por preferirmos seguir caminhos duvidosos, onde é a vontade dos outros que reina e não a nossa.

    Beijinhos*

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  2. Grande texto, um pouco na linha do que escrevi no meu blog.
    Vivemos num estado de letargia só possibilitado pela ignorância. No fundo, ninguém quer saber.
    Muito bom, Diogo, e concordo com tudo o que disseste. Há um déficit de lucidez.
    xx

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  3. Título perfeito, Diogo!
    O teu pensamento é também o meu. O termo dignidade e a inerente semântica, é dos mais caros para mim. Sem dignidade, o Homem não é Homem. Pululam os seus predadores, encontrando alvos fáceis na ignorância de gente crente. Contudo, também as suas setas ferem, inexoravelmente, os despojados de condições mínimas de vida. Os resistentes tentam alertar para este estado de coisas e, apesar de desesperança, ainda acreditam que vale a pena erguer a voz. Dos que elegem a subserviência para estar no rebanho a qualquer preço, não tenho pena.
    Muito bem escrito, Diogo.
    (Obg pela tua pertinente sugestão; já deixei o link da canção :) - Grata também pela tua paciente leitura )
    Bjo

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  4. Os tempos têm vindo a ser decompostos ( a cada dia, mais e mais) pelas falhas de carácter que começam a ser "criadas" desdo o berço. Se a Família não (tem) ensina valores, a Escola está reduzida a "depósito de tempos de passagem", que mais se pede a que gente honesta sinta ter DEVERES?
    Belo texto, actualíssimo, para meditar nos tempos que correm.


    Abraço


    SOL

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  5. A chave reside mesmo na derrota da ignorância, e na procura de uma maior consciencialização do que é realmente mais importante, nestes tempos, fora do tempo.. em que se valoriza o que não tem valor.
    Um excelente texto, Diogo... sobre este espírito de rebanho, sem direcção, em que a nossa sociedade vive mergulhada, atrás de modas, que o materialismo enaltece, sem valores, nem ideais, apoiadas em falsas aparências...
    E um belo tema para meditar...
    Bjs
    Ana

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  6. Concordo em absoluto com tudo que escreveu.

    “O egoísmo causa a ignorância, a cólera e o descontrole, que são a origem dos problemas do mundo.”
    ―Dalai Lama

    beijinho


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  7. E se esta gente que nos desgoverna não for escorraçada do poder A DECOMPOSIÇÃO DOS TEMPOS tende a eternizar-se.
    Abraço

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