Mordo palavras pérfidas sem destino,
Esperança madrasta no olhar do menino.
Imploras o direito a seres criança que te foi roubado,
Sucumbes à economia cega e voraz que te elegeu escravo.
Palavras de cosmética podres de hipocrisia,
Aniquilaram a magia de seres criança, mutilaram a tua
alegria.
Servem-te numa bandeja de crimes hediondos,
Flagelam-te numa carnificina de dias imundos.
Horizonte perene onde não cabe o teu brincar,
Olhar mortiço que desconhece o verbo amar.
Obrigaram-te a seres ator no teatro de guerra, atribuíram-te
papel de escudo na frente de combate,
Atitude insana transformaram-te em carne para abate.
Discípulos do xadrez político onde não cabe a razão,
Falsos profetas vangloriam-se impunemente ao inçar a
bandeira lúgubre manchada de sangue no pendão.
Órfão de sonhos para uma vida, guardião de todas as
fantasias,
Jogaram-te na trincheira, arma em riste, dedo no gatilho onde
agonias.
Mensageiros responsáveis, apregoam serem teu paladino,
Forçaram-te a uma vida de indigência, diluindo-te no lixo do
caminho.
Agora resta a humilhação de pouco ou nada fazer,
Perdem-se em discursos inócuos, ignoram o teu sofrer.
És vilipendiado chacinaram a tua alegria,
Enclausuraram-te na eternidade de uma noite que não se lhe
conhece o dia.
Tu só pedes ao mundo que te deixe ser menino,
No embalo da estrofe de tão mórbido hino
DIOGO_MAR
PREÇO DE SER CRIANÇA enquanto leio o poema foi sobresaltado pela música também tão poëtica como o poema
ResponderEliminarAbraço