quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Porque foi assim?



Retratos de uma memória flagelada pela saudade.
Folheio as páginas que o tempo não apagou,
Momentos únicos que passei contigo, em horas de autenticidade.
 
 
Sobra-me o vazio na penumbra da escuridão
Onde está o farol que no breu, me guiava a tua mão.
 
 
Acorrentado a uma alucinação que alimenta o meu ser,
Vivo a noite sem um amanhecer.
 
 
Prisioneiro de bebedeiras de tantas recordações
Jorrado no meu leito solto desabafos onde explicito as minhas frustrações.
 
 
Sangro palavras ofuscadas numa solidão lancinante
Exaurido morro e vivo a cada instante.
 
 
Amordaço os desejos adiados, de palavras e atitudes abortadas por falta de coragem
Paira diante dos meus olhos a silhueta da tua imagem.
 
 
Se eu pudesse voltar a traz, se eu pudesse ser o que não fui, amava a cumplicidade que eu releguei, num pedaço de vida que tanto amei.
 
 
Agora sobra-me nas mãos retalhos de uma história inacabada
Desembainho a minha vida, já mais que moribunda, na ponta da espada.
 
 
Ó capítulos de uma narrativa, manchada de covardia enganadora e mentirosa
Esvaio-me nesta vida, cruel cega e raivosa.
 
 
Esta magoa cravada no meu peito, crucifica a minha dor
Procuro na noite gélida e vazia, pelo teu corpo enternecedor.
 
 
Verto lágrimas salgadas de amargura
Chamo por ti
Tenho saudades da tua ternura!
 
 
Autoflagelo-me por não ter sido o que quis
Trespassado pelo arrependimento
O tempo há-de ser o meu juiz.
 
 
Condena-me, dita a tua sentença de tempos idos que não voltam mais
Aqui fico eu, com um rascunho de uma vida a morrer de arrependimento, soluçando pelos nossos testemunhos intemporais!
 
 
 
DIOGO_MAR

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