terça-feira, 20 de janeiro de 2015

TANTO POR NADA



Percorro o caminho que serpenteia o teu corpo.

Abraço o inatingível, com a ânsia de viver, com a fome de te desejar.

Estou sedento, sinto-me morto.

 

Esmagas o meu desejo, numa indiferença atroz,

Embargas a minha vida

Silencias a minha voz.

 

É na gélida soleira do tempo, onde pouso a cabeça de um corpo inerte que jaz sobre a terra

Lanço um grito lancinante, de uma alma em busca de paz e a quem tu brindas com guerra.

 

Altivez cruel cega e raivosa

Entapetaste o caminho de espinhos, desta mão que te oferendou uma rosa.

 

Cama de chão, lençóis feitos de vento

Travesseiro de solidão

Confidente do murmúrio deste meu lamento.

 

Rosto lavado em lágrimas

De uma ausência crucificadora

Sonho desalentado

Na penumbra demolidora.

 

As tuas memórias, despertam em mim a primavera

Deste inverno taciturno

Dá guarida, ao meu amor mendigo, no teu paraíso de mundo.

 

Restitui-me a luz do dia

Nesta alegoria de desespero

A razão da minha existência

Tornou-se num pesadelo.

 

DIOGO_MAR

5 comentários:

  1. Há memórias que nunca nos abandonam.
    Está fantástico!

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  2. Poema muito belo, do sofrido construído.
    Boa estrutura metafórica...
    Bjo, Diogo

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  3. Realmente, as relações humanas, nos tempos que correm, são tão volúveis, que percorrem a escala dum extremo ao outro, do tudo ao nada, por vezes num tempo record, e duma forma inexplicada.
    O texto... brilhante como sempre, Diogo!
    Como o post anterior é um pouco extenso, virei lê-lo, com mais calma, no fim de semana.
    Abraço
    Ana

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  4. r: Olá :)
    O silêncio é precioso e devemos varolizá-lo.

    Beijinhos*

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  5. mágoa e desalento.
    um estado de alma latente!
    um poema embora muito sofrido, mas bem construído.
    :)

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