Percorro as paredes alvas do meu quarto, na ténue esperança
de encontrar nem que seja uma pálida impressão digital, dos teus dedos que
dedilhavam com mestria o meu corpo.
As histórias que se escondem na dobra dos nossos lençóis,
murmuram gemidos de sentimentos, num misto de prazer, agora transformado em sofrimento
pela tua ausência.
Abateu-se sobre mim, o peso de uma solidão atroz e
esmagadora, que decepou o acalentar de sonhos famintos de realizações adiadas
cine-dia.
A trajetória das minhas palavras, naufraga na imensidão
deste vazio.
Busco e rebusco nos episódios por nós vividos, desnudados de
preconceitos, ébrios de vontades tresloucadas do tudo sem limites.
Os excessos que pactuamos imergiam na cumplicidade dos
anseios e devaneios que fertilizavam os nossos momentos.
Por entre cigarros afogados em whiskies, pairava a química
do amor, que se fundia numa troca de olhares febris arrebatados pela paixão.
A minha ânsia, Media-te na boca a intensidade, enquanto as
minhas mãos indiscretas, percorriam sofregamente o teu corpo.
As roupas entapetavam o chão.
No ar, já só se ouviam os arpejos da nota máxima do amor.
A compasso embalávamos o nosso prazer.
Onde estás?
Agora agastado, revisito e venero as recordações das fotografias,
músicas e locais que foram palco de momentos inesquecíveis!
Balbucio num monólogo, murmúrios de lamento, numa espiral de
desalento e saudade.
DIOGO_MAR
Sem comentários:
Enviar um comentário