terça-feira, 20 de dezembro de 2016

ANIVERSÁRIO


 
Dobro mais um ano sobre um dos meus dois blogs.

 

PALAVRAS DO MAR

27577

Também estiveste aqui?

OBRIGADO!

Este é o número de visitantes, que até hoje se deixaram embalar pela brisa das palavras, ou desfalecerem no embalo dos braços da bruma da cumplicidade.

 

Hoje completa o seu quinto aniversário.

Com palavras salgadas, outras doces, fruto da inquietude dos dias emoldurados por indefinições e convulsões, que nos deixa apreensivos, vou à soleira do tempo parindo sentimentos que coabitam o livro de mim.

Aquele que é pessoal e intransmissível.

Revolto ou bonançoso vou desferindo golpes de mar, infligindo duras e rudes marcas na orla do teu eu, provocando-te a uma introspeção.

Acorda!

Desfio uma escrita com o meu ADN, recusando-me a escrever para escaparates lamechentos com trago a novela de sequelas infindáveis, de efeitos nefastos, que embriagam a inteligência, engordando alarvemente a boçalidade.

Não vivo da escrita, nem a escrita vive de mim.

Sou um vagabundo que transporta no peito um mar de palavras.

A nossa cumplicidade perde-se na irreverência dos anais da minha história.

Exorcizo as palavras, emprestando-lhes vida e sentimento, para incorporares este oceano de emoções.

 

SIM:

PORQUE O MAR TAMBÉM É TEU

 

Ficam aqui os meus votos de Feliz Natal e um Próspero 2017

 

DIOGO_MAR

 

domingo, 11 de dezembro de 2016

ISTO NÃO É NATAL


 
Eis chegados ao Natal!

Eu disse Natal?

Ups! Desculpem-me.

Não, desenganem-se isto não tem rigorosamente nada a ver com o Natal.

Fizeram abusivamente desta época uma verdadeira montra de consumismo cego e desenfreado.

Não, isto não é Natal!

Compra-se o que se pode e o que não se pode, nada que os cartões de crédito mais as prestações não resolvam, depois logo se vê.

Não, isto não é Natal!

Afogam-se as crianças e os adolescentes num oceano de materialismo, porque lhes foi incutido o facilitismo em realizar os seus caprichos.

Eu quero, eu tenho.

Não, isto não é Natal!

Compra-se não porque se precisa, mas sim porque o vizinho, o colega ou o amigo também tem.

Logo urge a necessidade suprema em fazer ver que também tem igual, ou de preferência melhor.

Falam mais alto os complexos de inferioridade e de afronta.

Não, isto não é Natal!

É chique exibir novas roupas, carteiras e Calçado, quando logo após as festas se pode comprar com 50% de desconto, ou até mais.

Mas a gula da excentricidade, diz que é vital pavonearem-se perante os outros logo no dia de Natal.

Não, isto não é Natal!

Adquirem aparelhos de topo, dotados de tecnologia de ponta, quando nem metade das funcionalidades sabem usufruir.

Não, isto não é Natal!

Basta terem uma folga financeira, para subirem a quota do valor das prendas, porque na troca das mesmas também entra em avaliação o seu custo.

Quem deu mais e melhor?

Grande hipocrisia.

Não, isto não é Natal!

Depois somos inundados por iniciativas de charme, onde todos querem aparecer, meras ações de cosmética de solidariedade hipócrita e bolorenta, que só serve para alguns figurões colherem dividendos, assumindo-se como cabeça de cartaz nas capas de revistas e nos deploráveis programas de televisão onde surgem na passerelle de pseudo-famosos, embrulhados em Natal, com os laços da banalidade, futilidade, de seres inócuos.

Não, isto não é Natal!

Reduziram o Natal a um amontoado de caixas e papeis reluzentes de materialismo podre e vorás.

Deviam-se envergonhar pela triste e deplorável herança que vão passando, embriagando as mentes com o supérfluo, em detrimento dos verdadeiros valores, que devem pontificar sempre, mas com mais afinque nesta quadra Natalícia.

Não, isto não é Natal!

No dia em que descobrires a verdadeira essência do Natal, despojado de materialismo, encarnando no puro e altruísta espirito Natalício, humilde, solidário, simples e humano, vais certamente, viver e fazer Natal.

 

Feliz Natal e um Próspero 2018

 

DIOGO_MAR

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O OUTRO LADO DO ESPELHO


 
És a docilidade de personagem que coabita e dá sentido aos meus dias, arpejos da melodia da minha segunda vida.

Incorporas o meu eu.

Sofro por ti, rio e choro por ti.

Preenches o vazio que há em mim.

Monólogo enigmático que sustenta o alimento do diálogo.

O meu peito é a tua casa, o meu sistema sensorial é a o palco de todos os actos.

Inundas a minha alma, de um amor puro sem limite despido de preconceito.

Fecundamos momentos de intimidade una, cumplicie e apaixonada.

Transpiro-te por todos os poros da minha vida.

Desafio o real, ao sobrepor-lhe o irreal, porque tu és mais importante.

És o álbum de fotografias invisíveis, que só os meus olhos vêem.

És o corpo, onde me gosto de perder, que só eu sinto e afago.

Quadro abstracto onde encaixilho as histórias que dividimos.

Aliás, tudo que partilhamos, são emoções sepulcrais e intransmissíveis.

Nasceste comigo, vais morrer comigo, quem sabe não nos voltemos a encontrar algures por aí, para vivermos uma vida real.

Será que terá o mesmo encanto?

És o pêndulo do relógio, que marca a cadência do calendário do meu biorritmo.

O mundo lá fora é tão artificial e imbecil, vegetam de volatilidade.

És o maior nada cheio de tudo, que preenche o vazio e que me proporciona momentos inigualáveis.

Sim porque o nada é tudo, e tu és tudo para mim.

Vejo-te onde ninguém te vê, amo-te porque mais ninguém possui a arte para poder-te amar como eu.

Sou egoísta?

Sou:

Por ti sou tudo!

Sou o longe e a miragem, água e ar, noite transformada dia, força de napalm.

És a loucura lúcida, que rega a essência da minha vida e dá corpo à planta que germina no oásis das nossas memórias.

Somos indissociáveis!

Porque eu sou tu...

E tu, és eu!!!

 

 

DIOGO_MAR

domingo, 13 de novembro de 2016

ATÉ QUANDO


 
Ó peito meu a expelir raiva incandescente pela tortura humilhante que nos impuseram!

ATÉ QUANDO?

Semeia-se a exclusão social, exalta-se o xenofobismo.

ATÉ QUANDO?

Os mais elementares valores agora adulterados, servem-se na bandeja do materialismo cego e voraz, indissociável da bandeira da hipocrisia.

ATÉ QUANDO?

Subjugaram-nos a corrente de pensamentos e práticas pré-cozinhadas, que nos são massivamente injetadas de forma abusiva, mergulhando-nos impiedosamente no pântano lamacento da destruição da nossa autoestima.

ATÉ QUANDO?

As palavras são inquinadas premeditadamente, por uma retórica imbecil.

ATÉ QUANDO?

À mentira, conferiram-lhe estatuto de verdade, enquanto a verdade, submerge num oceano dúbio.

ATÉ QUANDO?

A loucura camuflou-se de lucidez, enquanto a lucidez, está moribunda na sargeta da promiscuidade.

ATÉ QUANDO?

Tornaram-nos robotizados e manietados a jogos de interesses onde ocupamos o lugar de meros objetos decorativos, reduziram-nos a um insignificante número.

ATÉ QUANDO?

O mundo cada vez mais insensível, se transforma num lugar perigoso para se viver.

ATÉ QUANDO?

Goraram-se todas as nossas espectativas, de uma aldeia global una solidária, onde imperasse o altruísmo.

ATÉ QUANDO?

Agora sobra-nos uma profunda crise de identidade, cultural e pessoal.

ATÉ QUANDO?

Calcorreamos caminhos inóspitos sem norte, como vultos a escabecear, perdendo-se na bruma de falsas espectativas.

ATÉ QUANDO?

Mas que raios de testemunho vamos nós passar aos nossos filhos e netos?

Ó desgraçada herança da qual nos devemos envergonhar.

Desliguem-se as luzes, rasgue-se o guião, aniquilem-se os atores e destrua-se o senário.

É imperioso que a união da fraqueza dos fracos, se sobreponha a força bruta e animalesca dos fortes.

SEMPRE SEMPRE!!!

 

DIOGO_MAR

sábado, 24 de setembro de 2016

GARROTE


 
Solto as palavras a polvilharem de melancolia a espuma dos dias.

Acreditei na utopia implícita do teu olhar, que me dizia pertencer.

Mas depois enrolo um cigarro de ausência.

Do meu peito esventrado, jorram vontades náufragas deixadas num cais longínquo.

Jaz na curva do tempo, as realizações que imergiram num oceano de reticências.

Na retina mortiça do meu olhar, restam-me dias órfãos e lamacentos cheios de vazio.

Fio condutor de esperança corroído pela indiferença.

Não quero o fim!

Urge a necessidade suprema de rebuscar forças para reescrever todos os capítulos de uma história inacabada.

Vejo-me ao espelho do tempo, e faço o mea culpa, de covardemente adiar o inadiável.

Circuncisei as minhas vontades que acabaram por se diluírem em promessas inócuas.

Mas porquê esta mordaça à vontade de me reerguer, de poder gritar:

Eu, quero ser eu!

Ó raiva, que me trespassa um peito dilacerado!

Caia a cortina sobre este primeiro ato.

A peça ade ter o epílogo que eu escolher.

 

 

DIOGO_MAR

sábado, 10 de setembro de 2016

AQUI ME TENS


 
Tu não me conheces, aliás poucos são os que me conhecem.

Sou um passageiro do tempo à boleia do vento, que varre a tua hipocrisia para a sargeta do abandono.

Serei sempre a incógnita que habita no livro da tua vida.

Sou imperfeito, porque a perfeição é imperfeita.

Habito o real, na franja do irreal.

Dou-me a quem eu quero, mas só quando eu quero.

Não faço pactos movediços alicerçados em falsas aparências.

Riu, quando por dentro choro, mas também sei chorar quando por dentro riu.

Peso as tuas palavras e messo a profundidade do teu olhar, sem que dês por isso.

Dou guarida ao silencio ensurdecedor que te despe.

Leio nas entrelinhas o que amordaças ou por covardia, não tens coragem para me dizer.

Deixo-me embalar pela tua esperteza saloia, para que no momento certo desfira com mestria a estocada final.

Não me dou pela metade, nem te aceito pela metade.

Detesto meias palavras e frases de indecisão e indefinição.

Ou é, ou não é!

Ou tudo, ou nada!

Não algemo os sentimentos, muito menos consinto que tu o faças.

Por tudo isto, podes-me procurar sofregamente no vazio dos teus dias, ou no recôndito das tuas noites.

Serei a areia fina que te escapa por entre os dedos.

Podes na solidão chamar o meu nome, evocando as tuas fantasias e desvaneios, numa ânsia sem limites.

Sabes, vivo no limiar do racional com o irracional.

Erro, mas não sou errante.

Não me julgues pela minha aparência, mas sim pela minha essência, se conseguires descodificar-me.

No dia que te despojares do alimento podre de preconceito bafiento e queiras incorporar-me, procura-me, estarei sentado à soleira de uma casa chamada tempo, que só estará ao alcance de um número muito restrito de convidados.

Procura-me, encontra-me, ama-me com a intensidade que alguns me possam odiar.

Jamais tive a pretensão de agradar a todos.

Serei o sol da tua sombra, ou a sombra do teu sol.

Sem que tu me vejas, eu vou sempre passar e estar de uma forma indelével por aí…

 

 

DIOGO_MAR

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

MATRIZ


 
Calcorreia os caminhos de mim

Conhece todos os meus recônditos cantos onde me perco numa cemente de indefinição.

Bebe da minha alma a alegria de breu vergada ao jugo do faz de conta.

A felicidade mora na porta ao lado.

Não sabes quem eu sou!

Eu também não!

Sei que sou, estou, e vou.

Mas será que vou?

Onde e para onde?

Encontras-me a esquina de um tempo adiado de braços abertos, cheios de vazio.

As páginas do livro voaram, entapetando o passado, sobrando a capa e contra capa, onde fossilizou o título:

Quis saber de mim!

 

 

DIOGO_MAR