quinta-feira, 30 de maio de 2013

O DOURO AOS MEUS PÉS



Eu aqui debruçado na varanda do tempo
Repousando o meu olhar no horizonte, rebuscando na minha memória aquele momento.

 
Momento esse, que me transporta nos braços da magia
Percorro a estrada do meu pensamento
Bebendo o trago mais profundo da alegria

 
Alegria muitas vezes de aparato
Como de uma peça se tratasse, que ao ator lhe tenham trocado o ato.

 
Embriago os meus olhos nesta paisagem tão frondosa
Neste Douro de lágrimas e suor
Labutas noite e dia,
Como se foces filho de um Deus menor.

 
Ó natureza em anfiteatro
Tricotada de múltiplas flores
És banhada por um rio, que me traz notícias dos meus amores.

 
Notícias doces e agrestes
Servidas neste cálice de uma cúmplice aliança
Tenho os meus olhos rasos de água, por quase perder a esperança.

 
Quero fazer um brinde a vida, com o néctar
Que esta terra me oferece
Quero bordar neste vale, as palavras da minha prece.

 
Ó Douro, terno e agreste
Altar da minha vida
Não me canso de te amar, sem conta e sem medida.

 
Que loucura sadia, e que tanto gosto
Serpenteio os teus caminhos íngremes, inalando este mosto.

 
Ó Douro vinhateiro, de candura inigualável
Arrebatas o meu coração, de orgulho e encanto
Nesta beleza única e inestimável!

 

 
DIOGO_MAR

terça-feira, 28 de maio de 2013

INDEFINIÇÃO



O quanto eu queria dizer sim
Ter coragem de não mentir para mim.

 
O quanto queria dizer não
A toda esta indefinição.

 
O quanto eu dava, para ser um todo verdadeiro!
Não ficar pela metade
E amar-te de corpo inteiro.

 
Fintei as palavras e os sentimentos
Encerro em mim o fervor dos nossos ternos e envergonhados momentos.

 
Momentos puros e espontâneos
Ao encontro dos nossos ideais
Histórias tão nossas, vividas com tanta intensidade
Que não queríamos que acabassem mais!

 
Eu vou dizer sim
Antes que seja tarde
Se esperas por mim
O o meu peito por ti arde.

 
Quero iluminar a minha vida
Ser a tua luz incandescente
Fazer de ti meu canteiro
Eu?
Ser a tua semente!

 

 
DIOGO_MAR

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A PROCURA DE MIM



Repouso o meu olhar no horizonte
Nessa cama feita de tempo
Não sei do que fujo
Nem do que me tento.

 
Procuro estar onde não estou
Procuro ver o que não vejo
Procuro saciar a minha sede
Ó?
Estou faminto desse leito de desejo!

 
Quero alagar os meus olhos de alegria
Quero enchê-los de ternura
Quero fazer da noite dia
Estou exausto, de sangrar lágrimas de amargura.

 
Meu Coração vadio
Dado as ilusões
Não falseis a verdade
Nem dês guarida as mentiras que misturas com razões

 
Para onde queres tu fugir
Entregue a tua sorte
Ladeias o universo
Em busca do teu norte!

 

 
DIOGO_MAR

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A CASA DO ALÉM



Afinal perguntas tu, quem sou eu?
Eu tu, ou ninguém?
Procuro a minha identidade perdida pela cidade,
Em busca da sua essência.
Afinal este meu estado leva-me a relutância.
A relutância de não saber de mim,
Procurando incessantemente sem ver o fim.


Onde estou?
Para onde vou?
Perdido na bruma da manhã fria e gelada,
Será que a minha identidade vem numa montada alada?


Será que calcorreia os caminhos da razão,
Ou será que eu próprio traio o coração.


Quero a minha identidade, perdida pela idade,
Idade intemporal da vida, devida vivida e enganadora.
Quero guardá-la numa profunda cumplicidade arrebatadora.


Por isso vida, não brinques comigo,
Ao jogo do esconde esconde.
Eu vou sempre amar-te com a mesma intensidade,
Que percorre a minha idade.


Tu que vens da casa do além,
Sem seres porta-voz de ninguém,
Sem teres passaporte
Não sei o teu ponto cardial,
Se sul, ou norte.


Apenas sei que existes, lá longe no além.
Eu aqui humildemente
Sou eu? Tu?
Ou ninguém!

 

Diogo_Mar

 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

É URGENTE


A conquista de um novo tempo.
Tempo carregado de tanta singularidade
Empunhei a bandeira da verdade.


Uma verdade por vezes tão fugidia
Suplico-te que não morras as mãos da covardia.


Essa mesma covardia execrável e insultuosa
Que troca a palavra verdade, pela mentirosa.


Tu culpada de tantas clivagens sociais
Já és transversal a filhos e Pais.


Porque esta vida errante?
Porque tudo é tão fugaz?
Alimentas o teu ego com guerras, em vez de paz.


A fome que tens, em esmagar o teu semelhante
Não olhas para traz, nem hesitas um instante.


Pobre homem de ambição desmedida
Estas tão obcecado
Já não vez que caminhas para o fim da vida!


Animal insaciável que perdeste o teu norte
Vais cair no abismo, que te leva a tua morte.


Acorda!
Não deixes que seja tarde de mais
Certamente, não foi esta a herança que te deixaram os teus pais!

 

DIOGO_MAR

segunda-feira, 20 de maio de 2013

INTROSPEÇÃO



Estive longe e tão perto
Estive a um paço do caminho certo.


Estive mergulhado num imenso vazio
Estive tão perto e não encontrei o fio.


O fio condutor para a verdade.
Constato que tudo está manipulado pela falsidade.


Estive perto de ver aquela luz
Calcorreei, muitos caminhos por aí, mas não aguentei o peso da cruz.


Abracei o inatingível, sôfrego de vontade.
Não fui capaz de ver que tudo se conduz pela regra da maldade.


Porque tudo ade ser assim?
Estou perdido sem ver o fim.


Perdi-me no deserto
Tudo era tão longe, e tão perto.


Perto do tudo e do nada
Apenas encontrei a vida errada.


Quero beliscar-me e erguer o facho da razão
Quero ver a estrela que me guia, através da multidão.


Multidão perdida e baralhada
Também ela sem rumo e flagelada.


Perderam-se os valores de referência
Urge a necessidade, de fazeres uma introspeção a tua existência!

 

DIOGO_MAR

sábado, 18 de maio de 2013

EU?



Caminho por encruzilhadas
Não receio as almas penadas.


Caminho deambulando por este desfiladeiro
Busco e rebusco o meu caminho verdadeiro.


Olho o longe e a miragem,
Procuro o teu corpo para encetar a minha viagem.


Desafio, a loucura mais audaz
Tu és a minha guerra
Eu?
A tua paz!


Olho para ti, e amordaço o beijo
Pobre coração, que te mato de desejo.


Estou sôfrego, por ancorar no teu peito
Desejo que morre aos olhos cegos do preconceito.


Meço na tua boca a intensidade
Tu és o meu porto
Eu?
A tua profundidade.


Perco-me, neste oceano de água gelada
Eu sou o teu timoneiro
Tu a minha jangada!


Navegamos neste mar, vencemos o perigo
Tu és a bonança
Eu?

O porto de abrigo!

 

DIOGO_MAR